A rotina do professor Waldemar Rodrigues Motta, docente das FATECs de Itu, Guarulhos e Indaiatuba, era muito parecida com a de centenas de professores horistas que trabalham no Centro Paula Souza. Para compor um salário minimamente digno, ele se dividia entre as três unidades, o que o obrigava a pegar estrada com frequência. Nesta terça-feira, quando trafegava de moto no sentido rodovia Ayrton Senna da Marginal Tietê, por volta das 13h30, envolveu-se num grave acidente com um caminhão. Morreu no local.
Os filósofos têm razão: nada acontece por acaso. Nem mesmo as fatalidades e os acidentes.
O professor Waldemar teria outra rotina se sua categoria fosse tratada com dignidade pelo Ceeteps e pelo governo do estado de São Paulo. Jornada de trabalho e salários condizentes permitiriam que se estabelecesse numa única unidade e ali fizesse sua carreira, dedicando-se ao ensino, à pesquisa e à extensão. Na ausência destas condições, a luta diária pela sobrevivência exige outros trajetos. à€s vezes, fatais.
Alunos, professores e técnico-administrativos das unidades em que o professor Waldemar trabalhava estão tristes e inconformados. O Ceeteps e o governo têm parcela de culpa nesta morte anunciada.
A direção do Sinteps solidariza-se nas homenagens ao professor e envia seus pêsames aos amigos e familiares.
Professor Waldemar: Presente!