“Perdi um amigo há poucos dias. Como posso retornar ao trabalho presencial no pior momento da pandemia, sem ser vacinado, e colocar em risco minha família e a comunidade? Já decidi que vou seguir trabalhando no ensino remoto, da mesma forma que estamos fazendo há meses.”
O depoimento acima é de um dos participantes da reunião aberta do Comando Central de Greve Sanitária do Sinteps, realizada no sábado, 27/2 em plataforma virtual. Com a presença de quase 100 pessoas, entre trabalhadores do Centro e pais de alunos de várias regiões do estado, a reunião expressou a tensão imposta pela Superintendência do Centro Paula Souza à comunidade no momento em que a pandemia de Covid-19 bate recordes diários de casos e mortes em todo o país, com quase 260 mil mortos. “É extremamente grave a postura da direção do Centro, pois sabemos que a instituição tem autonomia para prosseguir o trabalho remoto enquanto não formos vacinados e não tivermos condições seguras para retornar presencialmente”, destacou Silvia Elena de Lima, presidente do Sinteps, durante o encontro. “Tivemos um árduo aprendizado sobre como ministrar aulas síncronas online, fomos submetidos a todo tipo de desgaste nestes meses todos e, agora, querem que joguemos tudo pro alto para satisfazer a insanidade do secretário de Educação, que não se preocupa com a vida de ninguém?”, questionou.
Renato Quintino de Menezes, vice-presidente do Sindicato, explicou o que significa a Greve Sanitária deflagrada pela entidade. “Essa é uma greve diferente, em que não cruzamos os braços, mas sim prosseguimos o trabalho remoto, da forma que vimos fazendo até agora.”
A reunião contou com o apoio de pais de alunos, preocupados com a segurança de seus filhos. Um deles disponibilizou um vídeo produzido na categoria em que trabalha, que fez greve sanitária no ano passado. Confira aqui. ( https://www.youtube.com/watch?v=bo3ArS0wQ68&t=145s )
Lembrando que poucas escolas reúnem as condições sanitárias exigidas pelo protocolo do próprio Centro, vários presentes que esse nem é o maior dos problemas, embora grave. Como bem disse o médico e presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, em entrevista à TV Cultura, em 20/1/2021: “O problema não é a escola, mas sim o que ela acarreta em termos de mobilidade. Diminuir a circulação do vírus é a chave do combate à pandemia neste momento.” Confira aqui.
Entre na greve e ajude a proteger a vida de todos
O Sinteps conclama todos os trabalhadores do Centro Paula Souza a aderirem à GREVE SANITÁRIA, pois o retorno presencial neste momento coloca em risco o conjunto da nossa categoria, das nossas famílias e da comunidade em que vivemos. Por isso, mesmo que sua unidade tenha decidido não retornar, se você for de FATEC (que tiveram o retorno suspenso formalmente pelo Centro) ou que você faça parte do grupo de risco, o chamado é pela adesão. Vamos fortalecer o movimento e forçar a direção do Centro a suspender o retorno de todas as unidades, enquanto não houver vacinação e condições seguras para todos. Converse com seus colegas sobre isso. É hora de solidariedade e luta pela vida de todos.
Para aderir à Greve Sanitária, preencha a declaração de adesão e a entregue à direção de sua unidade, com cópia para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
O Sindicato cumpriu todos os requisitos formais de decretação da greve (veja ofício que comunicou o Centro), deixando claro que o movimento é em defesa da vida e que todos seguirão trabalhando em formato remoto.
Esse ritual é importante para a entidade exigir que, assim como em movimentos anteriores, todos os direitos sejam preservados (salários, efetivo exercício).
Professor, não aceite o aviltamento do seu trabalho
O Sindicato tem recebido denúncias de professores que retornaram ao trabalho presencial e estão sendo submetidos a situações absurdas. Por exemplo, dar a aula presencial na unidade e, ao mesmo tempo, transmiti-la aos alunos que estão em casa, no ensino remoto. Ou seja, o docente está trabalhando em dobro (dando conta de duas aulas ao mesmo tempo), pode expor seus alunos a risco (em aulas laboratoriais, como dar atenção aos que estão na sala e em casa, ao mesmo tempo?) e, além disso, fornecendo ao Centro um fantástico banco de dados com aulas gravadas (que contribuirão com sua demissão no futuro).
Não se submeta a isso. Questione a direção da unidade e lembre-a que poderá ser responsabilizada em caso de contaminação ou acidente com trabalhadores e/ou alunos. Aderir à Greve Sanitária e prosseguir seu trabalho online é o melhor caminho neste momento.
Clique e confira documento enviado pelo Sinteps, que questiona esta e outras denúncias recebidas.
Se irregularidades como esta e outras estiverem ocorrendo em sua unidade, boca no trombone. Envie denúncia (o mais documentada possível) para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Atenção a estas dicas:
- A adesão à Greve Sanitária pode ocorrer a qualquer momento. Preencha a declaração de adesão, entregue na sua unidade e mande em cópia para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
- Jamais assine qualquer documento do Centro que diga ser sua a responsabilidade em caso de contaminação.
- Docente, procure conversar com seus alunos sobre a situação. Lembre que eles foram consultados pelo Centro, via WebSai, de forma manipulada, apenas perguntados se desejavam retornar presencialmente ou não, sem informações concretas a respeito da pandemia.
- Docente, não aceite de forma alguma dar aulas presenciais e online concomitantes. Isso avilta seu trabalho, não lhe garante horas extras e ainda coloca seus estudantes em potencial risco. Se for pressionado, cobre da direção o documento oficial do Centro com essa orientação (ele não existe!!). Denuncie para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Iniciativas para fortalecer a Greve Sanitária
A reunião aberta do Comando Central da Greve Sanitária, no dia 27/2, aprovou deslanchar uma campanha de e-mails
Campanha de e-mails
Envie e-mails para a superintendente do Centro, professora Laura Laganá (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) e para a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).
Para a professora Laura, coloque no Assunto: Professora Laura, defenda nossas vidas!”
No corpo do e-mail: “Professora Laura Laganá, use a autonomia do Centro e suspenda o retorno presencial enquanto não formos vacinados e houver segurança para o retorno presencial”.
Carta aberta à comunidade
Clique para acessar modelo de Carta aberta à comunidade do Centro, onde explicamos as razões da Greve Sanitária e o porquê de não voltarmos presencialmente agora. Divulgue amplamente nas suas redes, enviando-a a colegas de trabalho, alunos e familiares. Clique para acessar.
Abaixo-assinado online
O Sinteps também está lançando um abaixo-assinado online, destinado à Superintendência do Centro e à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Clique aqui para acessar. Repasse em suas redes e peça para todos assinarem e encaminharem adiante.
Acesse o abaixo-assinado aqui.
Canal para informações sobre casos nas unidades
Neste momento, é importante que o Sindicato esteja informado sobre novos casos nas unidades do Centro Paula Souza, para tomar as medidas cabíveis (denunciar publicamente, cobrar soluções da instituição etc.). Informe imediatamente para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Tudo no site
Todas as informações e documentos sobre a Greve Sanitária estão no site do Sinteps (www.sinteps.org.br), tanto na parte de notícias, quanto no item específico “Greve Sanitária 2021”, na seção “Fique por dentro”.
SEM VACINAÇÃO E SEGURANÇA, NÃO VAMOS RETORNAR PRESENCIALMENTE!
TODOS JUNTOS EM DEFESA DA VIDA! GREVE SANITÁRIA, JÁ!
CONTEÚDOS SE RECUPERAM. VIDAS, NÃO!