“Não faz sentido ter mantido as escolas fechadas durante o ano passado, quando o sistema de saúde ainda estava sob controle, e abrir agora, no pior momento da pandemia de Covid-19 no Brasil, quando a gente precisa de um lockdown geral.”
A opinião é da microbiologista Natalia Pasternak, fundadora do IQC (Instituto Questão de Ciência), durante debate promovido pelo Portal UOL, em 9/3/2021. "Se você consegue manter essa taxa de transmissão comunitária controlada, fechando outros estabelecimentos, você pode e deve priorizar escolas, mas também priorizar dentro da capacidade de cada escola de funcionar com segurança. 'Funcionar' não é fazer teatro de higiene: 'ah, tenho álcool em gel em toda sala'. Não. 'Funcionar' é ter ventilação adequada, espaços adequados, máscaras PFF2 para todos os professores, é ter estrutura daquela escola para funcionar”, frisou.
A opinião de Pasternak ilustra e justifica a defesa incansável que o Sinteps e outras entidades sindicais ligadas à educação vêm fazendo, de que o retorno presencial, quando a pandemia bate recordes macabros todos os dias, coloca em risco a vida de centenas de milhares de professores, funcionários, estudantes e todo o entorno familiar que os cerca.
Suspensão no Centro deixa brechas perigosas
Ao suspender as aulas presenciais de 8 a 19/3 (Comunicado GDS 4/2021) e retomar o ensino remoto, frente ao agravamento da pandemia e a decretação da fase vermelha em todo o estado, a Superintendência do Centro Paula Souza deu um passo acertado. Mas incompleto e com perigosas brechas contra os funcionários técnico-administrativos.
O documento estabelece uma situação dúbia para este segmento ao dizer que as ETECs e FATECs “deverão manter suas atividades diárias presenciais para atendimento aos serviços administrativos essenciais; para tanto, poderão organizar suas equipes em sistema de rodízio, e divulgar os horários de atendimento à comunidade escolar”.
A orientação é muito ampla e dá margem a todo tipo de abuso. Sabemos que há direções locais com bom senso, preocupadas com a segurança e a vida de todos, e que definirão como essenciais apenas os serviços indispensáveis e que não possam ser realizados remotamente. Mas também sabemos que há muitos que são mais realistas que o rei, alguns pequenos tiranos, que não prezam pelo respeito à vida, determinando presenças desnecessárias.
Reunido em 8/3/2021, o Conselho Diretor (CD) do Sinteps, que reúne as diretorias de base, regional e executiva do Sindicato, discutiu essa situação e aprovou lançar a campanha “Essencial é a vida”.
O Sindicato defende que TODOS sejam remetidos para o trabalho remoto, à exceção daqueles absolutamente indispensáveisaos serviços essenciais, como é o caso da manutenção de plantações e animais nas unidades agrícolas. Ainda nestes casos, é possível estabelecer rodízios e formatos que protejam os trabalhadores o máximo possível.
Nova decisão do TJ-SP suspendeu aulas em todo o estado
No momento de fechamento desta matéria, em 9/3, chegou a informação de que a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, do Tribunal de Justiça(TJ-SP), acatou pedido de liminar da Apeoesp e outras entidades representativas e determinou a suspensão das aulas presenciais nas escolas de educação básica no estado (confira a decisão).
Na sentença, a juíza proíbe a convocação de qualquer profissional filiado às entidades autoras da ação para comparecerem às unidades escolares públicas e privadas nas fases laranja e vermelha do Plano São Paulo.
Cabe recurso para a dupla Doria/Rossieli, governador e secretário de Educação, que tentam forçar o funcionamento presencial nas escolas a qualquer custo, a despeito de todas as opiniões contrárias e dos números dramáticos da pandemia (cerca de 266 mil mortos no país, 62 mil só no estado de SP).
GREVE SANITÁRIA = Trabalho remoto!
Se forem forçados ao trabalho presencial sem que isso seja absolutamente necessário, os servidores técnicos e administrativos devem reagir, aderindo à GREVE SANITÁRIA convocada pelo Sindicato. Ou seja, devem recusar o trabalho presencial e seguir no remoto. Para isso, a orientação é baixar a declaração de adesão à greve, preenchê-la e enviá-la à direção da unidade, com cópia para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. A vida vem em primeiro lugar.
CONTEÚDOS SE RECUPERAM. A VIDA, NÃO!