Não é novidade para todos nós que o ano eleitoral que se avizinha traz uma série de estratégias dos governantes. Não é diferente no estado de São Paulo, onde tanto o governador, quanto o vice-governador e o secretário de Educação são candidatíssimos.
Recentemente, Rossieli aglomerou mais de 4.000 pessoas em espaço sem ventilação para apresentar o ‘Novo Ensino Médio’, obra gerada por ele quando era ministro da Educação de Temer, no pós-golpe. Seguindo as ordens do chefe, que decretou o fim da pandemia, mesmo com mais de 350 mortes diárias (isso é pouco para quem não defende a vida), obriga nossos jovens e crianças a voltarem para as aulas....no mês de outubro, mas que na verdade é novembro, porque os próprios governantes reconhecem que as escolas não têm sequer condições de estabelecer o distanciamento mínimo de 1 metro (que era de 2 metros, mas depois foi flexibilizado para 1,5m, diminuindo para 1 metro).
Em novembro, o distanciamento mínimo não mais existirá, então, podemos nos aglomerar à vontade, pois o governador decretou o fim da pandemia, o secretário obrigou o retorno de 100% e a superintendente Laura Laganá obedeceu.
Tudo isso para dizer que São Paulo venceu a pandemia!!
Não importa quantos ainda irão morrer, se contaminar, ou ficar com sequelas permanentes! Não! O governo de São Paulo venceu a pandemia e a vida volta ao normal, até com propostas esdrúxulas de liberar o uso de máscaras antes de a população estar completamente vacinada, como pede a ciência!
Mas a ciência não dá votos. O que dá votos são os patrocínios que vêm dos detentores de capital, que querem todas as atividades a pleno vapor para aumentar seus lucros.
Assim, o retorno de estudantes, sem que seus pais (quando menores) possam minimamente decidir e optar pela proteção de seus filhos, é prova inequívoca do totalitarismo presente no governo Doria, patrocinado neste caso por Rossieli e obedecido por Laura.
Quando o estado substituiu o direito das pessoas, em especial dos pais, para decidir sobre o futuro de seus filhos? Foi em 2021, no governo Doria.
E ninguém se interpõe contra isso! Absurdo! É necessário lutar e impedir que seja obrigatório, em novembro, quando o ano letivo praticamente acabou. O direito das pessoas tem que ser garantido. Que seja facultativo, que a liberdade seja respeitada!
Mas, para alinhavar este discurso autoritário e receber menos resistência, o secretário, candidato ao Senado por São Paulo, anuncia com grande estrondo um abono para os professores da rede estadual. Só para os professores, só da rede estadual. Como se os funcionários não existissem e nem nós, do Centro Paula Souza.
Para os funcionários todos do estado de São Paulo e para todos os professores e funcionários do Centro: NADA de abono!
A desculpa da superintendente, Laura Laganá, dada ao Sinteps e aos diretores de unidades, é que “o dinheiro é do Fundeb....só pode ir para professor...só pode ir para a Rede.” Para os nossos, “somente poderia vir para os professores do ensino médio”, mas, como isso quebraria a isonomia, nem para estes virá.
E os 30% dos recursos do estado, que precisam obrigatoriamente ser aplicados todo ano em educação? Isso não conta? Isso não é lei? Isso não é dinheiro público para a manutenção e desenvolvimento do ENSINO?
E o nosso bônus, que está na lei da carreira, que é anterior aos impedimentos apontados pelo governo em função da lei federal (a LC 173/2020)? Por que não pode pagar para nós?
Porque não somos alvo da campanha do Rossieli.
O dinheiro, que é de todos, tem que ser divido com todos, como todo ano é feito. Não aceitaremos esta discriminação, nem em relação aos funcionários da rede estadual e, muito menos, com os nossos professores e funcionários.
É hora de pôr a boca no trombone e obrigar a administração do Ceeteps a encontrar solução para a inclusão dos nossos trabalhadores no projeto de lei do governo Doria que irá à Assembleia Legislativa.
É hora de começar a pressionar os deputados estaduais, que também são candidatos à eleição do ano que vem, a fazer justiça e incluir todos os profissionais da educação da rede pública do estado de São Paulo neste abono.
São anos sem reajuste para todos é hora de abono para todos!
Mal saímos da greve, mas nunca é tarde para retornar a ela. Só que, desta vez, greve geral por tempo indeterminado, sem aula presencial nem remota, porque abuso tem limite!!!