Como enfatizam cientistas em todo o país, a pandemia de Covid-19 ainda não acabou. É fato que o quadro é bem mais favorável atualmente, graças ao avanço da vacinação, em primeiro lugar, e à manutenção de cuidados e usos de itens de proteção, como as máscaras. Saímos de números trágicos – a média diária de casos em abril chegou a quase 75 mil, com cerca de 3.200 óbitos a cada dia –, para algo em torno de 9.000 casos e 215 óbitos diários (dados de 25/11/2021), segundo dados oficiais.
No entanto, a realidade em outros países mostra que é preciso extrema cautela. A chamada ‘quarta onda’ é uma realidade em várias nações, especialmente naquelas em que há movimentos anti-vacinas mais fortes. A preocupação maior, neste momento, é com o surgimento de novas cepas, que tendem a se espalhar rapidamente.
Neste cenário, a continuidade da vacinação – com doses de reforço e, no próximo ano, novas campanhas – é fundamental. Da mesma forma, a atenção aos protocolos sanitários segue sendo determinante.
Nas unidades
No Centro Paula Souza, onde parte da categoria permaneceu em greve sanitária por cerca de dois meses, a situação não é diferente. A necessidade de reivindicar melhorias no protocolo sanitário da instituição foi tema da reunião do Conselho Diretor do Sinteps, instância que reúne as direções executiva, de base e regionais, no dia 23/11.
Após consulta aberta aos trabalhadores nas semanas anteriores, a reunião organizou um conjunto de reivindicações, que foram encaminhadas à Superintendência do Centro em 24/11, por meio do Ofício Sinteps 22/2021 (clique para conferir).
“A uniformização de informações e procedimentos é urgente”, diz um trecho do documento, citando o fato de que cada unidade trata os casos de contaminação de modo diferente: umas afastam as turmas envolvidas, outras afastam somente os professores que tiveram contato, e nenhuma afasta os funcionários. Citando recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Sinteps pleiteia que TODOS os que tiveram contato com a pessoa infectada sejam postos em trabalho remoto pelos 14 dias de incubação.
Outra reivindicação relevante é a inclusão de testagem regular nas unidades, custeada pelo empregador, como é sua obrigação. Na Unesp, por exemplo, a testagem é um programa criado e bancado pela reitoria em suas unidades.
10 reivindicações importantes
A seguir, saiba quais são as medidas que o Sinteps reivindica que sejam incluídas no Protocolo Institucional do Centro Paula Souza. “A maioria delas não requer gasto de dinheiro, apenas a boa governança institucional”, destaca o ofício do Sindicato. Confira:
- TODAS AS PESSOAS que tiverem contato com pessoa infectada no ambiente escolar DEVEM SER IMEDIATAMENTE postas em trabalho remoto pelos 14 dias de incubação do vírus no organismo, evitando assim a disseminação da doença novamente, lembrando que os servidores técnicos e administrativos são pessoas assim como os docentes e não podem ser excluídos desta recomendação, como tem sido prática em todas as unidades escolares do CEETEPS.
- Inclusão de TESTAGEM regular e frequente nas unidades do CEETEPS, às expensas do empregador, visto que o responsável pela segurança e controle do ambiente laboral é do empregador.
- O aumento do número de máscaras distribuídas aos trabalhadores, para que possam ser descartadas conforme normas de segurança, pois os professores salivam muito ao falar durante as aulas e devem ter máscaras secas para troca regular, conforme preveem as normas de segurança contra a Covid-19.
- Impedir que qualquer ambiente que não tenha ventilação natural seja utilizado para aulas e agrupamento de pessoas, visto que comprovadamente o vírus se espalha pelo ar e, em ambientes não ventilados, a contaminação é certa. Temos informações que ambientes sem ventilação foram liberados para uso como sala de aula.
- Aumentar a quantidade de totens para o uso do álcool em gel para higienização frequente das mãos, visto que há muito contato com superfícies comuns nas unidades. Temos denúncias que faltam totens em várias unidades.
- Evitar as aglomerações nas unidades, fazendo horários de entrada, intervalos e saídas escalonados, pois da maneira como ocorre no presente momento as aglomerações são constantes. Não há uma unidade sequer com revezamento de horário de entrada.
- Unificar o tratamento entre ETECs e FATECs, visto que para estas últimas ainda está permitido o trabalho remoto e/ou o rodízio de alunos, enquanto nas ETECs esta permissão inexiste.
- Divulgar um vídeo institucional que uniformize as informações, regras e procedimentos para evitar os vários entendimentos equivocados por parte das supervisões regionais, direções e supostas equipes de combate à Covid-19 nas unidades.
- Divulgar e deixar afixado em locais de fácil acesso a composição desta equipe de combate nas unidades, para que toda a comunidade escolar saiba a quem se dirigir em caso de dúvidas. Na mesma divulgação, colocar os contatos dos responsáveis, da Vigilância Sanitária e do Posto de Saúde mais próximo à unidade.
- Instalar divisórias de acrílico nas áreas administrativas, para evitar o contato entre as pessoas.