A pandemia de Covid-19, que chacoalhou o planeta com um número dramático de contaminações e mortes, teve impactos avassaladores no Brasil. Além da angústia frente aos riscos à saúde de cada um e de seus familiares, agravados por posturas e iniciativas negacionistas do governo federal – e também do governo paulista, pressionado por interesses econômicos nem sempre compatíveis com a defesa da vida – os trabalhadores foram alvo de muitos confiscos de direitos nestes dois anos. O funcionalismo público, em especial, foi duramente atacado.
Em edição especial do Sinteps Jornal, você acompanha uma breve retrospectiva de 2020 e 2021, anos marcados pela pandemia de Covid-19 e de profundas alterações no cotidiano dos trabalhadores e do conjunto da sociedade.
Após conquistar ao afastamento de todos os trabalhadores do Centro Paula Souza – administrativos, auxiliares docentes e professores – nos tempos mais difíceis do isolamento social, a luta do Sinteps em defesa da vida teve seu ápice com a greve sanitária, movimento até então inédito no Brasil, deflagrado em início de agosto e encerrado em meados de outubro de 2021.
Em 2020 e 2021, as tentativas do Sindicato de negociar as pautas salariais da categoria não conseguiram furar o bloqueio construído pela direção do Centro e pelo governo do estado, que se ancoraram nas dificuldades gerais da economia para evitar o debate. Ao contrário, tentaram confiscar direitos até então inquestionáveis. Usando uma interpretação capciosa da lei complementar (LC) 173/2020, a lei federal de ajuda aos estados e municípios, o governo Doria havia decidido não aplicar a evolução e nem o bônus nestes dois anos. A pressão do Sinteps, que se ancorou em farta justificativa legal, garantiu a implementação da evolução (em 2020 e em 2021) e do bônus (2020). Em 2021, Doria encontrou um jeito ‘diferente’ de burlar o bônus, trocando-o pelo ‘Abono Fundeb’, voltado somente aos professores da rede estadual, o que gerou imediata reação do Sindicato.
2022, ano de esperanças e lutas
Em 2022, além de seguir lutando pela extensão do “Abono Fundeb” aos trabalhadores do Centro, o Sindicato vai prosseguir e ampliar a luta por melhorias na carreira em vigor, como a possibilidade de pular direto para a titulação realizada, e para corrigir as tabelas salariais de todos os segmentos.
A defesa da segurança sanitária da comunidade das ETECs e FATECs continuará em destaque, até que a pandemia de Covid-19 esteja realmente sob controle.
2020 e 2021 foram anos de grandes desafios no âmbito da saúde, em meio à pandemia, mas também na educação e na ciência públicas (vítimas de cortes de recursos e toda sorte de ataques), na economia, no meio ambiente. Inspirado no centenário de Paulo Freire, comemorado em 2021, o Sinteps seguirá conjugando o verbo ‘esperançar’ e a organizar os trabalhadores do Centro a lutarem por seus direitos.
Organizar, mobilizar e conquistar! SEMPRE NA LUTA!
A história nos ensina que só a nossa mobilização é capaz de conquistar vitórias. Se queremos que a superintendência e o governo negociem efetivamente nossas reivindicações em 2022, teremos que ir à luta, nos mobilizar em cada local de trabalho e, se preciso, partir para a greve!