O ‘Fórum Sindical, Popular e de Juventudes pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas’ divulgou um documento intitulado “Manifesto ao povo paulista”, que conta com a assinatura de dezenas de entidades sindicais e populares, entre elas os sindicatos e entidades estudantis das universidades estaduais paulistas e do Centro Paula Souza (Sinteps, Adunesp, Sintunesp, Adusp, Sintusp, Adunicamp, STU e respectivas entidades estudantis).
O documento lembra que a derrota de Bolsonaro nas urnas foi indubitavelmente uma vitória importante. “Mesmo com todo o aparato de Estado sendo amplamente utilizado, o resultado das urnas não lhe foi favorável.”
A vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Felício Ramuth (PSD), no entanto, traz preocupação com a possível reprodução, em São Paulo, da agenda da extrema direita, “caracterizada pela retirada de direitos e pelo avanço das privatizações, os ataques à educação, à cultura, ao ambiente, às pessoas negras, LGBTQIAP+, indígenas e com deficiência, além das políticas negacionistas e obscurantistas”.
O texto enfatiza que, neste sentido, o anúncio de que Renato Feder, atual secretário no estado do Paraná, aceitou o convite para ser secretário da Educação reforça três preocupações prementes:
1. a adoção de modelos cada vez mais privatistas na educação;
2. o avanço do ensino a distância (EAD);
3. a ameaça de militarização das escolas, como consta do programa de Tarcísio-Ramuth.
Além da preocupação com a educação básica, o manifesto chama a atenção a possíveis propostas para o ensino superior: “São Paulo possui importantes universidades públicas, as estaduais Unesp, Unicamp e USP e o Centro Paula Souza, cujo funcionamento depende de ações do executivo e legislativo estaduais, e as federais UFABC, UFSCar e Unifesp, além dos Institutos Federais. Ou seja, poderá haver ataques à autonomia universitária das universidades estaduais, como ocorreu com as federais. Da mesma forma, preocupa-nos o fato de políticas obscurantistas e negacionistas, típicas do governo Bolsonaro, poderem avançar no estado de São Paulo. Afora estes perigos, será preciso garantir adequado financiamento público para ciência e tecnologia.”
O manifesto traz, também, preocupações com o meio ambiente, cultura, saúde, segurança pública, seguridade social e outros, como você pode conferir na íntegra aqui.
O texto enfatiza que, embora a eleição da chapa Lula-Alckmin signifique uma vitória do campo democrático, para seguirmos avançando, devemos permanecer firmes nas lutas em defesa das nossas pautas em nível nacional: pela revogação da Emenda Constitucional 95 (EC95 – teto de gastos), das contrarreformas trabalhista e do ensino médio, e contra o avanço da chamada “reforma administrativa”.
Ao final, o documento conclama as juventudes, as entidades e os movimentos de trabalhadoras e trabalhadores, do campo e das cidades, a se juntarem na luta em defesa dos direitos e das liberdades democráticas, e contra as políticas da extrema direita.