As notícias de uma nova tragédia envolvendo uma escola pública do país enchem de dor e assombro a todos nós, que trabalhamos com a educação, e ao conjunto da sociedade. O ataque a facadas, protagonizado por um adolescente de 13 anos na Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro de Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, na manhã de 27/3/2023, tirou a vida de uma professora e deixou cinco pessoas feridas.
O Sinteps se solidariza com os familiares e a comunidade da escola. Muitos dos docentes das ETECs atuam também na rede estadual. Somos categorias irmãs.
A violência ocorrida na escola, assim como outros casos no Brasil e em outros países, carece de qualquer explicação lógica, e certamente demandará análises de especialistas da educação e das ciências voltadas às doenças psíquicas. Mas é fato que muitas medidas podem ser tomadas pelo governo estadual para impedir ou minimizar a ocorrência de tragédias como essa. Entre elas, como bem aponta a Apeoesp e com a concordância do Sinteps, está a recomposição dos quadros de funcionários das escolas – não com pessoal terceirizado, mas sim com trabalhadores concursados –, a contratação de profissionais de apoio (como psicólogos), a promoção de atividades e campanhas de conscientização na comunidade escolar, a garantia de policiamento no entorno das unidades, entre outras.
O Sinteps repudia, ainda, os discursos oportunistas que já surgem em seguida à violência grotesca na Escola Estadual Thomazia Montoro, sugerindo como alternativa o “armamento de professores e estudantes”. A “sugestão”, certamente inspirada nos últimos quatro anos de estímulo à venda de armas no país, apenas faria aumentar a violência e o tamanho de tragédias como essa. O policiamento e a segurança nas escolas devem estar sob responsabilidade de profissionais da área. Não se combate estupidez com mais estupidez.
São Paulo, 27 de março de 2023.