Comitivas de dezenas de unidades – da capital, baixada santista e interior – compuseram mais uma bela manifestação na tarde desta sexta-feira, 18/8, em frente à administração do Centro Paula Souza. Passados 10 dias do início do movimento nas ETECs e FATECs, a expectativa era pelo recebimento das diretrizes para a revisão da carreira, conforme compromisso assumido pela superintendente, professora Laura Laganá, durante reunião no ato de lançamento da greve, em 8/8.
A semana tinha sido intensa em todo o estado, com atividades dos grevistas nas unidades e nas cidades, participação em audiências públicas do orçamento, visitas às câmaras municipais e eventos de apoio à greve na Assembleia Legislativa.
Assim como no dia 8/8, uma comissão composta por diretores do Sinteps e grevistas de várias regiões foi recebida pela superintendente. Ela fez a entrega simbólica das diretrizes para o vice-presidente do Sindicato, Renato de Menezes Quintino, e informou que o texto havia sido enviado às unidades pouco antes. Em seguida, disse que não há nada fechado e que ela e sua equipe estão abertas a discutir alterações. O calendário inicial para que isso ocorra, de modo que seja possível formatar a proposta final ainda em setembro, é o seguinte:
- De 21 a 23/8: Tempo para leitura e discussão do documento pela comunidade, envolvendo professores, servidores administrativos, auxiliares docentes e equipes de gestão;
- 24 e 25/8: Lives de esclarecimentos, por parte da comissão, aos diretores de unidade e diretores de serviço;
- 25/8: Envio de link para consulta pública (segundo divulgado pela Superintendência, a consulta será voltada aos professores indeterminados, para se manifestarem sobre a jornada docente);
- 29/8: Prazo final para resposta à consulta pública.
Após a exposição das datas, a comissão cobrou a necessidade de ampliar a consulta online para os demais segmentos da categoria (professores determinados, auxiliares docentes, administrativos e cargos em confiança), para que todos tenham a oportunidade de se manifestar também por este canal.
Independentemente da consulta virtual, as propostas e sugestões – de todos os segmentos – devem ser encaminhadas para as direções de unidade e para o Sinteps (pelo Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).
O vice-presidente do Sindicato enfatizou que a apresentação das diretrizes é um fruto inegável da greve, e pleiteou que a superintendente agendasse novas reuniões após esse calendário inicial, para avaliação do andamento das discussões. Ela não se opôs, mas disse que as datas teriam que ser vistas posteriormente.
À colocação da professora Laura, de que é preciso ficar claro que a proposta que sair da instituição ainda terá que passar pelo aval do governo e ir para a Assembleia Legislativa, Renato argumentou que o mais importante, neste momento, é construirmos um texto que contemple ao máximo os anseios de toda a categoria.
Outros pontos
A superintendente relatou que havia sido chamada para uma conversa com o governador, Tarcísio de Freitas na véspera. Segundo a professora Laura, ele reforçou a “dificuldade” financeira do estado como justificativa para a impossibilidade de ampliar o reajuste salarial para além dos 6%.
Após ouvir as críticas dos presentes quanto ao valor do bônus (de até um salário) e da demora no pagamento, a professora Laura disse que não há como alterar os valores (“sempre foi assim, à exceção do ano passado”) e o pagamento, conforme já dito pelo governo, será feito em outubro, até dia 31.
A superintendente foi cobrada novamente sobre a necessidade de flexibilização das exigências para a abertura de cursos (a relação candidato/vaga), já que, a partir de agora, com a implantação de uma “rede paralela” de ensino técnico nas escolas estaduais, sem a infraestrutura física e humana necessária, e sem vestibulinho, sofreremos uma concorrência “desleal”. O Sinteps defende que haja regras iguais no âmbito do governo estadual: 20 alunos por turma, fim do vestibulinho e extinção das taxas (para vestibular/vestibulinho).
A professora Laura voltou a dizer que já está havendo flexibilidade na análise dos cursos e que, nos poucos que foram fechados, os gestores locais tiveram a oportunidade de propor a abertura de outros, de modo a não diminuir a oferta de vagas e as aulas dos docentes. Dos presentes, ela ouviu que muitos gestores não fazem isso e boicotam a abertura de outros cursos. O Sinteps cobrou que essa situação seja publicizada e os diretores compartilhem estas informações com os trabalhadores. Também reivindicou mais recursos para ampliar a divulgação dos vestibulares e vestibulinhos.
Comando Central reúne-se na segunda, 13h
O Comando Central de Greve (CCG) – diretores do Sindicato e representantes das unidades em greve – volta a se reunir na segunda, 21/8, em formato online, às 13h.
O Sinteps orienta os representantes dos comandos locais a fazerem uma avaliação com os colegas sobre o movimento e uma análise preliminar do documento com as diretrizes, trazendo ao CCG a posição de cada local. A partir disso, caberá ao Comando Central aprofundar a discussão e apontar à categoria os indicativos para o próximo período.
Os comandos locais devem encaminhar para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até a manhã de segunda, os dados com o total de trabalhadores da unidade e quantos estão em greve.
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Tudo sobre a greve no site
Moções de apoio, links de publicações na imprensa e notícias do Sindicato sobre a greve estão no site (www.sinteps.org.br).
Veja fotos do ato (clique para ampliar)