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Assembleia geral reúne centenas, referenda greve sanitária em defesa da vida e sinaliza endurecimento do movimento

Centenas de pessoas participaram da assembleia geral online realizada pelo Sinteps em 7/8/2021, em sua ampla maioria adeptos da greve sanitária, mas também trabalhadores em busca de orientações e alguns estudantes. Os cerca de 300 participantes, oriundos de dezenas de ETECs e FATECs, discutiram os primeiros dias da greve, iniciada em 2/8 como reação à imposição do Centro Paula Souza pela volta às aulas presenciais sem controle da pandemia.

A presidente do Sinteps, Silvia Elena de Lima, explicou que o objetivo da assembleia era o de ratificar todos os atos da GREVE SANITÁRIA e, caso o empregador concretizasse suas ameaças de desconto do ponto e/ou de impedir que os grevistas sigam ministrando aulas remotamente, autorizar a transformação do movimento em greve tradicional, ou seja, a cessação completa do trabalho e posterior negociação da reposição.

Após várias falas, que levantaram questões relevantes (como você confere a seguir), foram aprovados os seguintes pontos, todos comunicados posteriormente à Superintendência do Centro Paula Souza:

  1. Ratificação das deliberações e da deflagração da greve sanitária/ambiental;
  2. Deflagração do movimento de greve em toda a categoria;
  3. Autorização para manutenção da assembleia geral em caráter permanente enquanto perdurar o movimento de greve;
  4. Autorização para que o Sindicato possa estabelecer processo de negociação e entabular acordos coletivos.

 

As reivindicações da greve são:

  • Manutenção das atividades profissionais através do trabalho remoto, garantindo que todas as atividades docentes e administrativas sejam desenvolvidas com segurança para todos;
  • Retorno presencial somente após o controle da pandemia, com ampla e completa vacinação da comunidade escolar e fornecimento adequado de EPIs.

 

Medidas de fortalecimento da greve: reuniões, carta aos pais, moções das câmaras

A assembleia aprovou um conjunto de atividades para fortalecer a GREVE SANITÁRIA, entre elas: reuniões virtuais com trabalhadores das escolas em que estão ocorrendo atividades presenciais, envio de carta aos pais explicando as razões do movimento, coleta de moções de apoio nas câmaras municipais (como já realizado em Mogi das Cruzes).

O Sinteps vai divulgar modelo de carta aos pais e de moção em breve.

 

Indignação e apoio à reação coletiva

Durante a assembleia, houve várias manifestações de indignação, com relatos dos primeiros casos de contaminação de docentes e estudantes em algumas unidades.

“Com a variante Delta se espalhando rapidamente, o Brasil deve ter nova alta de infecções. Resta saber o tamanho da onda”, manifestou-se um dos professores presentes. Ele citou informações do Portal G1 (4/8/2021), que aponta a nova variante em transmissão comunitária na cidade de São Paulo, ou seja, o contágio ocorre entre pessoas sem histórico de viagem e sem que seja possível definir a origem da transmissão. No Rio de Janeiro, mais de 45% dos novos casos envolvem a variante. (clique para ler a matéria)

“Para quê estão colocando nossas vidas em risco, se sabem da gravidade da situação? Quando decidirem recuar, quantas pessoas terão se contaminado?”, questionou uma auxiliar docente na assembleia, após comentar a recente notícia de que o estado do Rio de Janeiro havia suspendido as aulas presenciais da rede estadual na capital e em 35 cidades do interior (O Globo, 6/8/2021). (clique para ler a matéria)

 

A quimera do protocolo

Muitos foram os depoimentos durante a assembleia sobre a situação precária das unidades e a incompatibilidade com os requisitos do protocolo sanitário definido pela própria instituição.

“Como os bebedouros não estão adaptados, os alunos estão tendo que levar água. O protocolo do Centro diz que após cada aula os espaços têm que estar higienizados, que os materiais não podem ser compartilhados, mas não é o que estamos vendo”, apontou uma professora de ETEC da capital, membro de CIPA.

“Não há pessoal para higienização, tem professor usando medidor de temperatura particular pois a ETEC não tem para fazer aferição”, destacou outra participante da assembleia. “Para onde foi o dinheiro economizado durante toda a pandemia? Economizaram com água, luz, almoço, papel higiênico, sabão, material de limpeza e higiene, papel etc. Por que não usaram esse dinheiro e esse tempo para adequar as escolas?”, questionou outro presente.

O fornecimento de máscaras de pano aos trabalhadores – inadequadas para a proteção – foi citado por vários presentes. Sobre isso, leia matéria do Sinteps.

A presidente do Sindicato destacou que há unidades que analisaram o protocolo sanitário e, honestamente, concluíram não haver condições para o retorno presencial agora. Ela saudou as direções destas unidades pelo trato responsável com a segurança e a vida da comunidade.

Silvia ainda reforçou a orientação aos trabalhadores que estão no trabalho presencial para que fotografem e colham provas sobre a precariedade do cumprimento do protocolo e enviem ao Sindicato, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Se você ainda não conhece o protocolo divulgado pelo próprio Centro Paula Souza, clique aqui.

 

Boca no trombone: denuncie as pressões

Além da denúncia da precariedade das condições de trabalho presencial nas unidades (conforme acima), o Sinteps também orienta os grevistas sobre eventuais pressões, como a ameaça de barrar o acesso do docente às plataformas virtuais para ministrar suas aulas.

O vice-presidente do Sindicato, Renato de Menezes Quintino, comentou as informações de que as supervisões estão pressionando diretores a barrarem os grevistas. “Se a direção local tomou a decisão de impedir o professor de fazer o seu trabalho, tem que fazer isso por escrito e formalmente. Essa é uma prerrogativa do serviço público”, frisou Renato.

“Exija tudo por escrito e denuncie o nome de todos os que estão se prestando ao serviço de pressionar os professores e colocando a vida de todos em risco”, completou.

 

O Comunicado GDS de 5/8: aulas pelo celular?? O ensino híbrido e o futuro das nossas aulas

Reforçando várias manifestações de indignação com o conteúdo do Comunicado GDS de 5/8/2021, que orienta as escolas que não possuem Internet nas salas de aulas a oferecer chips aos professores “para que possam viabilizar a transmissão simultânea de suas aulas para os alunos que permanecerão em atividades remotas”, a presidente do Sindicato comentou que o comunicado comprova cabalmente o que já sabíamos, que não há condições sanitárias, técnicas e pedagógicas de retornar agora. “Querem que demos aulas por celular!”

Em relação às promessas de compras de equipamentos para as unidades (o comunicado fala aquisição de câmera de vídeo, microfone e TV de 65 polegadas para todas as salas de aula e laboratórios), Silvia alertou: “Se um dia todas estas providências tecnológicas realmente se tornarem realidade, será para o ensino híbrido, passo inicial para a implementação do EAD, que remete às demissões de professores e à precarização do processo ensino-aprendizagem.”

Referindo-se ao ensino híbrido, um dos docentes presentes à assembleia vaticinou: “O sucesso da nossa greve pode determinar o futuro do nosso contrato de trabalho.”

 

Unidades recuam – Sinteps conclama diretores à atitude cidadã

O vice-presidente do Sinteps informou a situação em algumas unidades que, após terem iniciado as aulas presenciais no dia 2/8, frente à adesão de professores à GREVE SANITÁRIA e à constatação de falta de condições de segurança, optaram por suspender o retorno.

É caso da ETEC Presidente Vargas, de Mogi das Cruzes, por exemplo, que divulgou informe em 4/8, dispensando os estudantes das atividades presenciais “devido à adesão de alguns professores à greve sanitária, bem como outros não estarem enquadrados para o retorno presencial, esses estão lecionando remotamente via plataforma TEAMS”.

Na ETEC Dr. Adail Nunes da Silva, de Taquaritinga, após detectar possível contaminação em duas alunas do curso Técnico em Enfermagem, a direção local determinou o retorno às aulas remotas “até segunda ordem”.

Na ETEC Júlio de Mesquita, onde há uma boa adesão à GREVE SANITÁRIA, a direção comunicou que, na semana de 9 a 13/8, os alunos assistirão às aulas via Plataforma Teams, decisão tomada para “nivelar conteúdos, adequar avaliações e organizar os grupos para atendimento presencial”.

Após a assembleia, chegou ao Sinteps comunicado divulgado pela direção da ETEC Jorge Street, informando que um professor testou positivo para Covid-19 e, por isso, todos os que estiveram em contato com ele deverão permanecer em quarentena e em observação por 14 dias. A unidade estará fechada para higienização nods dias 9 e 10/8. Ainda segundo o informe, o docente está “internado, medicado e recebendo oxigênio via cateter.”

 

Comando de greve reúne-se em 11/8 – Comandos locais devem se apresentar

O Comando Geral de Greve (CGG) reúne-se em 11/8, quarta-feira, às 17h, para avaliar o movimento e definir os próximos passos.

Além dos membros das direções executiva, regional e de base, integram o CGG os trabalhadores indicados por suas unidades para compor o Comando Local de Greve (CLG).

Se a sua unidade ainda não tomou essa providência, faça uma reunião virtual com os grevistas para que os representantes (um titular e um suplente) sejam indicados. O modelo de ata está no site. Em seguida, envie para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

Novo mapa aponta crescimento de unidades e de grevistas

No site, veja o mapa mais recente da adesão à GREVE SANITÁRIA. É crescente o número de unidades e de grevistas!

 

Tudo sobre a greve no site

Além das notícias frequentes sobre o movimento de GREVE SANITÁRIA, o site do Sinteps tem uma seção especial dedicada ao movimento. Nela, você encontra:

  • Mapa de adesão à greve
  • Nossa greve na imprensa
  • Notícias sobre a pandemia
  • Documentos formais (declaração de adesão, atas etc.)

 

TODOS EM GREVE SANITÁRIA EM DEFESA DA VIDA!

CONTEÚDOS SE RECUPERAM. A VIDA, NÃO!